A vez que Rickson derrotou o japonês especialista em dor (parte 2)

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Rickson Gracie e o Japão têm uma relação amorosa desde os anos 90. Conforme disse o mestre em seu memorial, Respire, ele adora visitar o Japão, porque experimentou uma conexão profunda com o país e sua cultura durante seus anos de lutador. 

Esta conexão, unida às idiossincrasias da cultura popular japonesa, produziu certas participações ímpares em programas de TV.  Perguntamos a Rickson sobre um episódio mencionado no livro. Veja a segunda metade de sua resposta (a primeira está aqui):

"Essa era minha mentalidade anteriormente, para qualquer luta em que eu tivesse que me envolver. Então com isto em mente, quando ele se aproximou pra pegar meu pé, eu estava olhando pra ele e visualizando-o contra mim numa luta. Então eu me pus exatamente em circunstâncias de luta contra o doutor. Então quando ele se aproximou pra pegar meu pé, eu estava olhando pra ele e disse, 'Você pode conseguir uma chave de pé, mas você vai levar minha perna pra casa; não vou desistir, não vou desistir, não vou desistir...'. 

"Começo a pensar em botar minha mentalidade lidando com aquele tipo de situação agressiva que ele está prestes a fazer em mim. Então, quando o cara deu início ao tempo e começou a cronometrar trinta segundos, eu já estava num estado de espírito de 'você não vai me fazer desistir; leve-o pra casa, filho duma puta'. E ele só apertava, apertava, apertava, e eu apenas o olhava nos olhos e tentava comer-lhe o cérebro. 

"E eventualmente os trinta segundos tinham passado; eu não estive em dúvida a respeito de dor em nenhum momento; nem cheguei a sentir a dor, honestamente; estava sentindo a concentração de resistir; eu estava subjugando a dor. E então o cara desiste — digo, não desiste; ele para. E ele disse que estava impressionado, jamais viu nada como aquilo; eu era o único capaz de resistir a ele. E eu pensei, 'É. Que seja, pois sou o único invicto, e não será você quem vai levar meu pé'. Eu estava fazendo uma piada na minha mente pra lidar com a ideia dele. 

"E foi isso, sabe? Quando deixei o hotel pra ir, nem conseguia botar meu pé no chão, de tão dolorido. A dor desapareceu depois de umas duas horas; mas meu pé estava doendo muito quando deixei o hotel; e foi uma experiência difícil, mas, novamente, confirmou que minha mentalidade era mais forte que minha dor ou minhas emoções. Em suma, consegui me controlar, e foi um bom negócio."

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