Rickson e a pressão mental dos superatletas

Quando Rickson Gracie decidiu pendurar as luvas, conviveu por muito tempo com aquele clássico burburinho que cerca os grandes ídolos do esporte, notadamente os lutadores. 

“Por que não volta para vencer o atual campeão?” “Já que está em forma, por que não voltar para dar mais esse presente aos fãs?” Rickson sempre lidou com tudo isso com a mente serena dos samurais. Em entrevista às páginas de “Gracie Magazine” em 2005, o Gracie explicou como lidava com essa pressão de todos os lados. E como sua mente mantinha a serenidade, longe da depressão ou da inquietude que acomete muitos campeões aposentados.

“Procuro sempre, mais qualquer outra coisa, agradecer a Deus por ter me colocado nessa posição de destaque como artista marcial”, disse ele. “E procuro, dentro dessa gratidão, fazer meu máximo para retribuir — à sociedade, à minha família, aos fãs, aos amigos e alunos.”

Rickson acrescentou: “Procuro então viver cada dia da minha vida sem a expectativa de que eu tenha de provar algo, de ganhar de alguém, de fazer alguma coisa a mais. Procuro viver meu dia a dia com o máximo respeito ao próximo, e bastante vontade de ajudar ao outro. Quando passo um dia em que eu sinta que fiz bem às pessoas e a mim mesmo, esse é um dia que eu só posso me sentir feliz. E fico à espera do próximo, com a mesma leveza”.