Por que Rickson se concentra no ensino de

Joe Rogan, o mais popular entrevistador americano da atualidade, certa vez perguntou a Rickson Gracie sobre uma suposta frustração sentida pelo mestre quando ele começou a dar aulas a americanos, que não levavam o jiu-jítsu a sério como ele.

Acontece que Rickson sente exatamente o oposto. Nossa entrevista recente permitiu-lhe explicar melhor sua filosofia. Veja abaixo a segunda metade de sua resposta. Se você perdeu a primeira parte, veja-a aqui.

"À proporção que envelheço, no que as minha dores crônicas e sensibilidade, e falta de mobilidade, começam a me tirar do nível competitivo e de meu treinamento duro, eu começo a me apaixonar mais por trazer não só o topo da pirâmide subindo em eficácia, mas por trabalhar na base da pirâmide, aceitando e trazendo mais ideias para promover o jiu-jítsu entre as pessoas que mais precisam dele: os fracos, os tímidos, os que se sentem constrangidos em termos de confrontar, em termos de te olhar no olho e apertar sua mão e te abraçar. Assim, com esse processo evolutivo, achei que era mais relevante pra mim guiar meu trabalho e minha motivação na direção de incorporar maneiras fáceis de levar os praticantes que estão meio que abaixo do nível de campeonatos e torneios a se sentirem motivados e sentirem o uso do jiu-jítsu como algo mais relevante a suas vidas.

"Sendo assim, estou muito motivado hoje em dia para educar alguém que sinta que não tem chance, e botá-lo num sentido em que ele seja bem poderoso e possa fazer tudo que visualize na vida. Portanto, pra que eu transforme pessoas nesse nível, preciso reduzir meu nível de energia, preciso reduzir minha capacidade de competir e ser campeão, e me botar como uma pessoa normal, tentando partilhar conhecimento e tentando partilhar confiança, e tentando partilhar fortalecimento com pessoas que realmente precisam, e onde realmente faça diferença em suas vidas.

"Assim, sinto que meu norte agora lida com meu estado mental, meu estado físico. Pois mesmo que eu quisesse hoje em dia, não posso acompanhar um grupo de caras que sejam campeões, para mantê-los treinando duro para campeonatos; porque a forma como vejo o jiu-jítsu hoje em dia não tem a mesma sensação aguda que eu tinha vinte anos atrás. O jiu-jítsu sempre envolve treinamento pesado. Vejo campeões atualmente fazendo coisas que são muito admiráveis, e eles vêm dum processo de se manterem treinando pelos últimos vinte anos; por isso não acho que eu consiga chegar e fazer uma diferença na vida dum grande campeão de jiu-jítsu; talvez possa ajudá-lo com algumas ideias, mas ele já é campeão. Mas sinto que posso mesmo fazer uma mudança importantíssima na vida de gente que gostaria de ter uma opção para se fortalecer com intuito de buscar a felicidade."

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