O que Rickson Gracie aprendeu com os felinos

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Variados campeões e artistas marciais curtiam observar e aprender com o reino animal. Muhammad Ali gostava de flutuar no ringue como as borboletas. O colecionador de troféus do ADCC Ricardo Arona se inspirava no caminhar dos tigres. Já o professor Helio Gracie era amante dos cães e dos cavalos, que adorava alimentar e amansar.

Como bom Gracie, Rickson sempre foi um espectador fiel da natureza. Mais do que isso, o mestre se alimenta da energia do ambiente ao redor e nutre uma forte conexão com seus habitantes, o que o leva a viver mais sereno e feliz.

Certa vez, contudo, Rickson encontrou um rival à altura em seu quintal. Uma fera que, no fim, o ajudou a aprender belas lições. O Gracie recordou de seu feroz inimigo nos últimos capítulos de seu livro, “Respire”:

“Quando me mudei para nossa casa em Palos Verdes, na Califórnia, fiz de tudo para que os animais da vizinhança se sentissem confortáveis em nosso quintal”, narra Rickson no livro.

“Em alguns meses, fizera amizade com esquilos, guaxinins, corvos e gaios-azuis. Tinha um inimigo, no entanto: um gato feroz que sempre tentava os passarinhos. Eu não gostava de gatos, achava que eles eram egoístas, sorrateiros e cruéis. No começo, tentei jogar água nele com a mangueira, mas ele era mais esperto. No inverno, estava chovendo e fazia frio havia semanas, e Cassia viu que o gato estava molhado e muito mal sem um abrigo. Ela sentiu pena, então colocou a caixa de transportar o cachorro para ele se abrigar, e ele passou a dormir ali.

“Um dia, notei que o animal mal andava por um ferimento na pata. Da vez seguinte que ele entrou na caixa, fechei e o levei ao veterinário, que disse que ele brigara com um guaxinim. Depois de tratado, eu o levei para casa e abri um buraco na porta da garagem para que ele pudesse se recuperar dentro de casa. Quando melhorou, talvez grato pelo que fizemos, ele parou de atazanar os passarinhos. O gato se tornou meu melhor amigo e mudou o que eu pensava a respeito de sua raça. Nós o chamamos de Ruivo. Meu gato reforçou a ideia de que, quanto mais profundas as conexões que criamos, mais completa a vida se torna.”

E você, que é que costuma aprender com seu amigo — ou rival — peludo?

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