Qual é a lesão mais temida para quem treina jiu-jítsu?
A mais temida por quem nunca treinou é moleza, e atire o primeiro rolo de esparadrapo quem jamais escutou um novato — ou um pai de novato — perguntar:
“Professor, no jiu-jítsu o pessoal tem como evitar aquela orelha toda inchada?”
Mas no mundo real dos tatames, as contusões mais frequentes podem facilmente ser evitadas, com uma pitada de atenção e altas doses de precaução.
Por exemplo.
Chegar na hora certa à escola e aquecer a musculatura e o corpo é um item simples e crucial para o praticante evitar contusões musculares. Com os motores aquecidos, fica mais fácil acelerar sem afobações e derrapadas tolas. Além do mais, o aluno que chega cedo não perde os detalhes da posição, e realiza-a de modo mais seguro.
A segunda maneira mais simples e eficaz de evitar contusões é jamais resistir a golpes bem encaixados, para não dar chance para contusões.
A terceira é ouvir o professor e ter atenção. Muitos mestres costumam perceber que algumas das lesões mais bobas ocorrem quando o aluno está descansando desatento, com as mãos largadas no chão e as pernas esticadas enquanto os colegas estão rolando ao redor. Costas na parede e olho vivo são as posturas recomendadas.
A quarta prevenção? Corte as unhas.
Para o mestre Rickson Gracie, contudo, nada disso garante que o novato faixa-branca esteja blindado nas academias pelo mundo. Isso porque a ampla maioria das escolas têm como norma liberar o treino de sparring de faixas-brancas contra faixas-brancas. É a hora exata em que o ensino sai de cena e entra o caos.
“Quando o aluno chega à academia pela primeira vez e aprende uma técnica, ele se apaixona. Não tem quem não se divirta ao aprender jiu-jítsu”, pondera o Gracie.
“O xis da questão”, continua o mestre Rickson, “é quando o instrutor chama o aluno e pede para que ele se deite, e chama outro e pede que monte. ‘Você, mantenha a montada!’ ‘Você deitado, tente escapar!’ Pronto; nesse ponto soltamos as feras. Os instintos estão liberados e a natureza está um pouco fora de controle. E nada disso depende da índole do faixa-branca: aquele confronto naturalmente abre brechas para um movimento um pouco mais bruto, para um aperto incômodo, para uma agressividade imprevisível para eles. Alguns curtem o tranco e voltam. A maioria nunca mais retorna”.
A solução de Rickson é simples, porém revolucionária: faixas-brancas treinam COM os amigos, não contra. O segredo para ninguém se machucar nos primeiros meses, e as academias não espantarem os alunos, é treinar detalhadamente cada posição e aprender ao máximo com o instrutor e o parceiro de treinos. Mas um colega que ajude o faixa-branca iniciante, e não um que tente arrancar sua cabeça. Trata-se de aprender na academia, e não ir lutar.
A seguir, veja Rickson Gracie durante um treininho de montada, e aprenda com o mestre a evitar uma contusão bem comum entre iniciantes. Oss…
Comentários
I always say at the beginning of class, "the person who is least tired at the end of this, wins."
I also try to emphasize that this is a SCHOOL, and we're all here to LEARN.
Thanks so much for the incredible knowledge, Master Rickson. - Jared, StoutPGH Renzo
My greatest improvements began when I started rolling to learn--not to "win." Check your ego at the door. When in doubt, tap. Enjoy and have fun. Improvement will follow, w/out injury.