Como o Rickson de 12 anos se ensinou a não entrar em pânico (parte 1)

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Rickson Gracie cresceu admirando seu irmão Rolls. Um episódio importante na evolução do irmão menor, mencionado em seu memorial, Respire, ocorreu devido ao desejo que Rickson tinha de se redimir depois de decepcionar a Rolls. Meio século depois, pudemos perguntar-lhe a respeito de sua memória daquele dia. Eis a primeira parte de sua resposta:

"Eu tinha 12 anos, e eu treinava depois das aulas com adultos — só uma pequena aula de grupo. E um cara específico, faixa-azul, forte, me pegou numa gravata que, na família sempre dizemos 'Nunca batemos em gravatas; temos uma saída pra gravatas', portanto a gravata não é algo pra você sentir como se fosse um armlock ou estrangulamento por trás; é completamente diferente; era mais, digamos, factível a saída. 

"Sabendo disso, senti que eu não devia bater; mas a agonia, o cansaço, a respiração, o quimono na minha cara, e o [?], me fizeram desistir. E me senti muito chateado com a desistência, sabendo que eu poderia resistir. E aquele tipo de sensação de claustrofobia estava me aterrorizando, pois foi isso que me fez bater — era só o terror de estar numa falta de ar, um sentimento claustrofóbico. 

"Assim, com isto em mente, voltei pra casa tentando representar... pois você tem medo do que não conhece. Depois que você fica à vontade, depois que conhece, o medo muda de padrão. Então, comecei a reconhecer que eu bati não porque o cara era o pior inimigo, ou por me pegar numa... Eu estava batendo porque, de alguma forma, eu estava debilitado em minha mente, fiquei desesperado, claustrofóbico, não tive a paciência — algo de errado comigo que me fez cair naquele tipo de comportamento de desistir. Então, com base nisso, tentei representar na minha mente os mesmos sentimentos, tão bem quanto possível."

 

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