É fácil imaginar as vidas de nossos ídolos como monólitos, trajetórias cheias de triunfo e sem arrependimento. Mas, obviamente, não é assim que funcionam vidas humanas.
Perto do fim de nossa entrevista de novembro de 2021 com Rickson Gracie, fizemos-lhe uma pergunta clássica: teria ele um conselho para uma versão mais jovem de si? Eis a primeira parte de sua resposta:
"Cara, é difícil, porque, sabe?, eu me senti muito presente na minha vida; eu me senti, quando tinha dezoito anos, pleno; eu tinha absoluta certeza das minhas coisas com dezoito. Estou fazendo o que acredito; eu sigo meu coração; eu sigo meu foco; estou me deixando extremamente focado e me sacrificando por coisas que acredito; eu me expresso no limite das coisas, seja no surfe, seja lutando na rua, seja competindo no jiu-jítsu ou dando uma aula.
"Então eu sempre tive uma vida feliz e realizada, e não senti, na época, nem arrependimento nem necessidade de nada. E se você me pedir pra aconselhar um Rickson de dezoito anos, eu talvez lhe dê um conselho, mas ele vai capturá-lo aos vinte e cinco ou trinta, pois o conselho que lhe dou agora... eu lhe diria pra obter mais experiência, pra que ele possa calcular melhor os seus passos.
"Mas sem o conhecimento, sem a experiência, ele estava indo bem.
"Tipo, meu pai olhava pra mim, e, sabe?, seus olhos estavam alegres, porque ele admirava a mim, meus conceitos, minha vida. Portanto eu sinto que nunca me arrependi de meus erros; aprendi com meus erros; e não tenho dúvidas: se eu tiver de repetir tudo, fá-lo-ei."
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