Em certas etapas da infância, crianças gostam de jogar bola, praticar esportes em grupo ou participar das atividades que os amiguinhos fazem. Como motivar pequenos ou pequenas a pegar o kimoninho e ir treinar ou competir?
Para o mestre Rickson Gracie, a maneira mais eficiente de motivar seus filhos é, primeiramente, respeitando a vontade deles, sem que o incentivo vire imposição.
Para Rickson — ele mesmo filho e pai de craques do esporte — o maior erro é forçar a criança: “Eles, acima de tudo, precisam estar se divertindo. Qualquer tipo de pressão dos pais torna uma atividade um pesadelo para todos”.
Rickson lembrou então de um episódio vivido em casa. Quando o hoje campeão Kron tinha 12 anos, virou um dia e admitiu: “Pai, eu não quero mais ir treinar, não”.
Rickson reagiu com serenidade: “Maravilha!”.
E emendou com o incentivo: “O que você quer fazer então?”.
Kron replicou que queria andar de skate, e o pai aprovou. Foram à loja e voltaram com um skate novinho e equipamentos de segurança, para empolgação do jovem Gracie — que embarcou com tudo no futuro esporte olímpico, chegando a competir e tudo mais.
Um dia, porém, Kron machucou o pé e ficou parado. Voltou a praticar, e machucou o pé mais uma vez. “Naturalmente, assim, ele voltou a ver graça no Jiu-Jitsu, e pegou o kimono para treinar com os amigos”.
Para Rickson, o principal é ser positivo ao motivar os filhos. Se a paixão pelo Jiu-Jitsu é algo que foge ao controle dos pais, o melhor caminho é tornar tudo prazeroso, divertido e sem exigências:
“O conselho que dou aos pais é que cuidem para que o Jiu-Jitsu esteja sempre envolto num clima amistoso, positivo e agradável. Se as crianças estiverem se cansando, dê uma semana de folga, chame a garotada para surfar. O pior que pode ocorrer é a criança pensar: ‘Oh não, isso é como o exército, preciso ir à escola e ao Jiu-Jitsu mesmo quando não quero!’ Na verdade, só o que precisamos é que eles atravessem essa fase, até a época em que o Jiu-Jitsu vai ajudá-los ainda mais, a partir da adolescência.”
Comentários
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Following the footsteps of a living legend is no easy task. I honor your children for wanting that path.
Thank you for sharing your experience