O clássico documentário “Choke”, de 1999, foi o primeiro contato de muitos artistas marciais com a filosofia e o mundo do Jiu-Jitsu.
Mas nem é preciso ver até o final a obra-prima dirigida por Rob Goodman para se deliciar com uma das maiores bandeiras defendidas, até hoje, pelo mestre Rickson Gracie.
Aliás, esta aparece logo na primeira cena do filme.
Na cama, logo após acordar, Rickson está brincando com seus filhos. O professor pede então para ver uma chave de braço, e batuca, aos risos, apesar do cotovelo esticado e da face simulada de incômodo. Rickson segue brincando, e encaixa um abraço, uma imobilização e uma pegada de costas, para a seus pequenos que a vida não é só vitória.
“Na minha família, o Jiu-Jitsu vem desde que nascemos. Em vez de fraldas, me vestiram kimonos”, brincou Rickson recentemente, em entrevista ao podcast Inferno Cast. O mestre de Jiu-Jitsu fez sua primeira competição aos 6 anos, mas prega que todos os pais deem aos filhos esse presente que é treinar e brincar de Jiu-Jitsu desde cedo, independente de torneios e medalhas.
“O que muda a vida de qualquer criança”, ensina Rickson, “é começar, como eu, a ganhar intimidade desde pequeno com o contato físico, o agarrão, o abraço, a base para não ser derrubado de qualquer jeito e a serenidade de saber cair e saber ficar em pé. Eu aprendi tudo isso com minha família, de maneira lúdica, divertida e suave”.
Para Rickson, o pequeno que aprende Jiu-Jitsu se beneficia rapidamente da arte, pois desenvolve, brincando, seu senso de espaço, o instinto de controle, a conexão com o outro, as possibilidades de contato e como estar sempre seguro, caso alguém o agarre para forçar qualquer coisa que a criança não queira.
“Com o Jiu-Jitsu você passa a compreender tudo que está acontecendo quando alguém tenta empurrar você, ou machucar você”, conclui Rickson. “O Jiu-Jitsu oferece a quem treina, seja qual for a idade, o que eu chamo de uma caixa de ferramentas invisíveis. Que está pronta para ser usada em qualquer imprevisto.”
Um presente invisível! O que mais seus filhos poderiam desejar?
Comentários
Kids are made to learn. When I, as an adult learn, I have to translate. He does this, I do that, and if he does that, I do this. Just like learning a language. I have to translate the foreign language to my native language. A child doesn't translate any words because he has nothing to translate to. He doesn't think, he just absorbs. That's why I think when I use to roll with Rickson that he was always a steps ahead. I had to think first about what to do and then do it. He would just react. Just followed the instinct that was he absorbed as a child. I knew pretty much all the same moves he knew. But it was always, how and when he did them that made the difference and was invisible.