O Jiu-Jitsu na Grécia Antiga

O médico Hipócrates, que viveu na Grécia nos anos antes de Cristo, criou uma tese a partir dos quatro elementos primários do universo – água, terra, fogo e ar. Para o sábio grego, seriam quatro também os tipos primários de humor dos seres humanos — um quente, um frio, o úmido e o seco.

A sacada acabou por estabelecer, tempos depois, quatro tipos de pessoas, baseado em seus temperamentos: o tipo “sanguíneo”, alegre, tranquilo e zero rancoroso; o “colérico”, mandão, impetuoso e brabo; o “fleumático”, controlado, equilibrado e mais racional que emocional; e o tipo apontado como o mais comum no planeta, o chamado “melancólico”, pensativo, criativo, um pouco pessimista, ressentido e lento ao agir.

Hoje, enquanto o Jiu-Jitsu parece ter franca aceitação entre humanos alegres e impetuosos, as academias por outro lado cada vez mais afugentam os melancólicos, tipos mais frágeis em relação ao temperamento. Um dos pontos chaves do comportamento dessas pessoas é a vitória da inibição sobre a excitação, o que acaba por resultar em vidas infelizes ou incompletas.

É especialmente para este tipo mais fraco, os melancólicos de Hipócrates, que Rickson Gracie recomenda o Jiu-Jitsu. São eles, afinal, que farão os professores plenos e orgulhosos de seu ofício e, com isso, as academias ainda mais rentáveis.

Ou, como Rickson bem resumiu, em recentes entrevistas:

“O professor de Jiu-Jitsu precisa pegar o aluno ou aluna que tem medo de sair à rua e fazer com que a pessoa se sinta confortável o suficiente para falar: ’Desculpa, esse aqui é meu lugar na fila’. Graças ao Jiu-Jitsu semanal, a pessoa começa a se soltar, e a ser capaz de se expressar.”