Como o jiu-jítsu ajuda profissionais bem-sucedidos a ir mais longe

Uma das principais bandeiras do mestre Rickson Gracie hoje em dia é ver o jiu-jítsu atingir todos os níveis populacionais, sem restrição de idade, porte físico ou vocação para o esporte.

Isso porque o jiu-jítsu, nestes nossos tempos em que uma imagem pode valer mais do que mil lições, ficou associado automaticamente a lutadores musculosos, atletas jovens e bonitas e competidores tatuados e orelhudos que colecionam pescoços e braços com a voracidade de ursos.

Mas é preciso olhar fora dos ringues para enxergar a verdade. O jiu-jítsu não é, nem jamais foi, sinônimo do UFC ou MMA — a arte dos Gracie, versátil e eficaz, foi somente um de seus ingredientes principais.

O grão-mestre Carlos Gracie, já nos anos 1940, exaltava o jiu-jítsu como a mais suave e eficaz terapia para gagueira, timidez e as agressões infantis nas escolas.

 

Hoje, Rickson é um dos principais defensores da arte como aliada para uma vida adulta saudável. Mas por que o jiu-jítsu ajuda tantos profissionais bem-sucedidos ao redor do globo, de bilionários da tecnologia a promotores de justiça?

Em primeiro lugar, por seu notável papel relaxante, capaz de ser uma formidável válvula de escape para os pepinos do dia a dia.

Em segundo lugar, pela sua rotina nos treinamentos de oferecer desafios constantes, enigmas que precisam ser quebrados e solucionados semanalmente pelo praticante.

Conforme Rickson já nos ensinou:

“O vencedor está sempre preocupado com a conquista, seja de um território, de uma medalha, ou de um desafio qualquer. Ele prima por tentar vencer qualquer adversário. E isso a pessoa só desenvolve ao se confrontar sempre com mais desafios.

“Após encarar o desafio, a pessoa tem duas opções e vários modos de lidar com isso. Alcançada a vitória, ela deve passar a não ter nenhum significado. Não conseguindo a vitória, é você quem deve se reestruturar para que ela seja atingida na próxima vez. Essa constante luta, sem se deter nas conquistas, esse espírito de guerra passa então a fazer parte de qualquer aspecto da sua vida, não somente no tatame. É o desejo que você tem de estar num ponto mais alto do que estava ontem.”

Quanto mais você treina o bom jiu-jítsu, portanto, mais confiante fica para dar o próximo passo, seja na sua carreira ou rumo a um desafio desconhecido.

“O problema no mundo hoje é que a pressão de ter de vencer é sufocante. E pode de fato implodir qualquer um”, conclui o Gracie. “O que pode ser feito, portanto, com a dedicação de grande parte da mente e do espírito, é se entregar a uma força superior: faça simplesmente o máximo que puder, mas saiba que o resultado final não depende apenas de você. É com isso que sempre tirei a pressão do meu cotidiano como campeão. A tática mental é: simplesmente vou fazer o que for possível, e o que não for possível já está resolvido. Assim, qualquer que seja o resultado eu vou voltar para casa satisfeito comigo mesmo.”